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Evidências dietéticas reforçam a reputação dos caçadores de Clovis como assassinos de mamutes

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Os antigos norte-americanos parecem cada vez mais assassinos de mamutes experientes.

Os arqueólogos debatem há muito tempo se o povo Clovis, que viveu há cerca de 13.000 anos, tinha o conhecimento e a tecnologia para caçar regularmente a megafauna (SN: 11/01/22). Uma nova análise química sugere que a dieta de Clovis foi de fato dominada por mamutes, relatam cientistas em 4 de dezembro de Avanços da Ciência.

Os argumentos sobre se o povo Clovis era principalmente caçadores ou coletores de alimentos basearam-se na localização das pontas de lança, nos testes de lanças reconstruídas e no conhecimento do comportamento moderno de coleta de alimentos. A nova análise dietética fornece provas diretas de que estes povos antigos podem ter dependido dos mamutes como fonte de alimento, apoiando alegações de que eram caçadores experientes de megafauna.

“Não foi um indício de evidência, foi um ‘tapa na cara’ de evidência”, diz o arqueólogo James Chatters, da Universidade McMaster, em Hamilton, Ontário.

Chatters e colegas, em consulta com tribos nativas americanas, analisaram os restos mortais do único indivíduo Clovis confirmado – um macho de 18 meses chamado Anzick-1 encontrado em Montana. A equipe se concentrou em certas formas, ou isótopos, dos elementos carbono e nitrogênio que foram depositados nos ossos dos alimentos. Como a criança provavelmente estaria amamentando, seus valores isotópicos refletiam os de sua mãe, fornecendo pistas sobre sua dieta.

Descobrir o que a mãe comia exigia comparar seus valores calculados de isótopos dietéticos com aqueles encontrados em possíveis espécies de presas. Os pesquisadores calcularam então a provável contribuição de cada espécie que ela comeu para sua dieta geral. Os mamutes contribuíram com 35 a 40 por cento, descobriu a equipe, com os alces, bisões e camelos contribuindo muito menos. Pequenos mamíferos representaram apenas 4% de sua ingestão.

As percentagens não são um instantâneo de uma refeição, mas reflectem pelo menos um ano de dieta da mulher, uma vez que os isótopos demoram a acumular-se nos tecidos. E como o povo Clovis, no oeste da América do Norte, partilhava comportamentos e equipamentos semelhantes, é provável que outros também tivessem dietas semelhantes, diz a equipa.

“Este não é apenas um único local com uma única refeição de mamute”, diz o coautor Ben Potter, arqueólogo da Universidade do Alasca Fairbanks. “Esta é uma tradição do povo.”

Outros pesquisadores são mais cautelosos. “É certamente a primeira vez que vemos evidências de mamutes em restos humanos (Clovis)”, o que é um “grande negócio”, diz o antropólogo Vance Holliday, da Universidade do Arizona, em Tucson. Mas tais suposições abrangentes não podem ser feitas a partir de um único esqueleto, diz ele. “Não sei como você poderia testá-los, a menos que encontrasse mais restos humanos.”


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